“Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito na alma.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
Ser feliz é lutar, é desejar, é sonhar!
Ser feliz é conseguir ver a luz no meio da escuridão, é dar mão sem ter razão.
Ser feliz é estar aqui.
É estar despedaçada e encontar motivos para sorrir.
Ser feliz é mostrar as cicatrizes e nunca desistir.
Nunca Desistir!
Resgata-me deste estado, deste vazio que me consome a cada minuto. Salva-me desta apatia, destas lágrimas que teimam em cair por ti.
Só tu me podes trazer à superfície uma vez mais. Resgata-me...
Resgata-me por favor...
Não preciso mais dos teus beijos, nem do teu corpo colado ao meu. Renuncio a esse capricho, mas por favor volta a estar comigo, volta a partilhar tudo o que és comigo.
Resgata-me deste poço escuro e frio.
Pensei que sem ti estaria melhor. Pensei que a dor de não ter na medida que desejava era maior que a dor de não te ter at all. Enganei-me... Enganei-me muito.
Sinto a falta de poder estar sem pensar que não posso olhar para ti. Sinto a falta de poder falar contigo sem medo do que poderás pensar, e isso está a deixar-me fora de mim própria, está a deixar-me sem rumo.
Resgata-me. Resgata-me, por favor.
Esquece tudo o que fiz, eu esqueço tudo o que não fomos. Esquece a minha indiferença forçada, eu esqueço a dor de uma sonho destruído.
Dá-me uma oportunidade de dizer as palavras que guardei no peito. Dá-me uma oportunidade de dizer o que ficou guardado, criando remorsos e encontrar o final definitivo, para poder recomeçar.
Resgata-me desta ausência de sentido, desta confusão de sentidos.
Neste silêncio de olhares distantes imploro-te...
Resgata-me para a vida...
Cada sorriso teu está guardado na minha memória e cada lágrima caída por ti gravada no meu peito, agora feito pedra.
É como se eu não existisse. Como se fosse uma brisa de verão demasiado ligeira para ser percebida no calor infernal.
Sinto-me estranha quando estás por perto. O teu desprezo dói-me. Vejo-te a reagir à vida de uma forma que eu seria incapaz, nesta fase.
Faltam-me as tuas mãos, a tua respiração no meu ouvido.
Sinto a tua falta.
Tu nunca foste tão feliz...
E fico vazia... Olhando-te de longe. Imaginando os teus pensamentos.
Sinto a tua falta e do que éramos juntos.
Mas a minha apatia não te parece incomodar.
Lamento por isso...
Mas espero que sejas feliz,
e nunca conheças esta dor que me arde no peito.
“Talvez o que ela sentia não fosse o mesmo que eu sentia.” Pensou ele, tentando desculpá-la. Amava-a. Sempre o tinha feito. A dor não ia apagar aquele sentimento. Questionava-se se alguma coisa o iria conseguir.
Aproximava-se da clareira. A luz brilhante da lua era agora visível e reflectia-se nas folhas das árvores, nos rasteiros arbustos.
A clareira circular estava triste. Tinha perdido toda a sua luz.
Tal como ele.
Da última vez que ali estivera, ela estava com ele.
Sentiu-se só. Perdido.
Ela beijara-o. Ele sentiu as lágrimas salgadas que corriam dos olhos dela, forçadas pela notícia da sua partida.
Quis arrancar aquele vazio do seu peito.
Sentou-se nos meio das raízes de uma grande árvore, marcada pelo tempo, na fronteira da clareira. Deixou-se invadir pela saudade. Esqueceu os maus momentos. Aquele lugar fazia-o lembrar-se dela. Sentia-se perto dela de alguma forma. Recordou o que tinham vivido juntos e riu-se sozinho. Limpou as lágrimas e riu-se.
Quase sentia a presença dela ali com ele. Como se as memórias ganhassem e através da sua gargalhada ela ganhasse forma.
Suspirou. E sentiu o vazio no peito a consumi-lo.
“Lamento.”
Era a sua voz. Num sussurro carregado de culpa e arrependimento. De entre as árvores ela apareceu, em toda a simplicidade que ele sempre tinha adorado e sentou-se junto dele de olhos postos no chão.
E o vazio no seu peito desvaneceu-se e ele sorriu.